Pela SPR, concordamos com os destaques e preocupações apontadas pelo Andrey

“Pela SPR, concordamos com os destaques e preocupações apontadas pelo Andrey, ou seja, de que devemos identificar mais ameaças e oportunidades com a Web 3.0 do que somente fazer uma descrição ou elencar casos de uso. Dessa forma, também entendo que seja importante destacar isso agora, já que estamos ainda em fase de elaboração, conforme apontado pela apresentação.”
@Roberto Hirayama / SCP

A análise das ameaças e oportunidades deve considerar diversos aspectos técnicos, econômicos, sociais e regulatórios, devidamente cotejados nos relatórios dos eixos desta pesquisa. Essa foi a metodologia previamente aprovada para a elaboração do trabalho e essa opção tem limitações.

Apesar disso, é possível dizer que entre as ameaças está a natureza descentralizada da Web 3.0. A falta de um quadro regulatório padronizado pode dificultar a supervisão e a aplicação de leis, especialmente em relação a questões de privacidade, segurança e combate a atividades ilícitas como lavagem de dinheiro. Essas questões estão ligadas à descentralização inerente à Web 3.0.

Além disso, a descentralização também introduz novas vulnerabilidades. Contratos inteligentes e outras tecnologias emergentes ainda estão em desenvolvimento e podem ser suscetíveis a falhas e ataques, o que representa um risco para a infraestrutura de telecomunicações.

A complexidade das tecnologias subjacentes à Web 3.0, como blockchain e criptografia, pode dificultar a adoção em larga escala. A necessidade de educar tanto os consumidores quanto os profissionais do setor sobre essas tecnologias é um desafio significativo - e também uma oportunidade.

A transição para a Web 3.0 pode desestabilizar os modelos de negócios existentes e criar uma competição intensa com novos entrantes que utilizam tecnologias descentralizadas. As operadoras de telecomunicações precisam se adaptar rapidamente para não perder relevância no mercado.

Assim, a Web 3.0 apresenta tanto oportunidades quanto ameaças. A adoção de novas tecnologias pode melhorar a eficiência, segurança e inovação no setor, mas também exige uma abordagem regulatória adaptativa e proativa para mitigar riscos e garantir a proteção dos consumidores.

De outro lado, entre as oportunidades regulatórias estão o desenvolvimento de padrões e normas. A agência reguladora pode, assim, liderar a criação de padrões abertos que facilitem a integração e a colaboração entre diferentes atores do setor de telecomunicações.

Além disso, a regulação pode investir na proteção dos direitos dos consumidores, garantindo que as novas tecnologias da Web 3.0 respeitem a privacidade e a segurança dos dados dos usuários. Isso inclui a criação de normas para a transparência no uso de dados e a implementação de medidas de segurança robustas para proteger contra fraudes e ataques cibernéticos.

De uma forma mais ampla, o regulador pode criar um ambiente que incentive a inovação, permitindo que novas tecnologias e modelos de negócios floresçam. Isso pode incluir a criação de sandboxes regulatórios, onde novas tecnologias podem ser testadas em um ambiente controlado antes de serem lançadas no mercado.

Devemos lembrar também que Web 3.0 tem o potencial de reduzir a exclusão digital, proporcionando acesso a serviços financeiros e outros serviços essenciais a populações que tradicionalmente foram excluídas. Assim, o regulador promover políticas que incentivem a inclusão digital e garantam que os benefícios da Web 3.0 sejam amplamente distribuídos.

Por fim, o regulador pode desempenhar um papel crucial na educação e capacitação de consumidores e empresas sobre as novas tecnologias da Web 3.0. Isso pode incluir a criação de programas de treinamento e a disseminação de informações sobre as melhores práticas e os benefícios e riscos associados à Web 3.0.

É preciso reconhecer que este estudo tem um limite metodológico e que, por isso, deve servir como ponto de partida para reflexões futuras. Por exemplo, uma análise SWOT é possível a partir dos relatórios, mas os relatórios acadêmicos não são em si uma análise de ameaças e oportunidades.