O item 4.1 Impactos da Web 3.0 no ecossistema de telecomunicações brasileiro, sugerimos a análise do efeito que a descentralização da conectividade que a Web 3.0 promove

No item 4.1 Impactos da Web 3.0 no ecossistema de telecomunicações brasileiro, sugerimos a análise do efeito que a descentralização da conectividade que a Web 3.0 promove, permitindo que dispositivos se conectem diretamente por meio de redes peer-to-peer, reduzindo a dependência de infraestruturas de telecomunicações tradicionais. Qual o impacto no modelo de negócios das operadoras de telecomunicações, especialmente em áreas urbanas? Ofício no. 145/2023/SFI-ANATEL
Observou-se que o impacto existe e ele será estudado com mais profundidade nos estudos de caso previstos na etapa 2. Faz-se necessário diferenciar entre redes overlay e peer-to-peer: O conceito de peer-to-peer utilizado neste contexto não corresponde necessariamente ao conceito convencional de redes peer-to-peer, conforme encontrado na literatura em redes overlay, por exemplo. De fato, a descentralização observada em aplicações da Web 3.0 requer sua implementação em computadores distribuídos na Internet (ao invés de datacenters centralizados). A interação entre esses computadores pode ser realizada tendo como substrato redes P2P clássicas, mas não necessariamente, uma vez que a essência diz respeito aos protocolos de consenso distribuído utilizados.
De maneira geral, podemos asseverar que na última década as MNO estão remodelando o seu negócio, segregando seus ativos de infraestrutura dos demais negócios da empresa, criando unidades de infraestrutura mais flexíveis e escaláveis e mais adequadas para maximizar a utilização e a monetização da infraestrutura de torres, rádio e fibra. Ao mesmo tempo, a iniciativa Open RAN está ganhando força, estabelecendo protocolos para apoiar a interoperabilidade e orquestração de redes virtuais em infraestruturas distribuídas. Portanto, um ecossistema de conectividade descentralizado não é um conceito distante dos dias atuais. Neste ecossistema mais descentralizado, as MNO continuarão a desempenhar um papel vital na construção e operação da infraestrutura de fibra, 5G e Pós-5G, que garante uma camada base de conectividade ubíqua. Nesse sentido, a descentralização das redes pode trazer vantagens para as MNO, como cobertura complementar e redundância na cobertura. No entanto, ela também pode reduzir a margem de lucro das empresas, uma vez que a fragmentação e a interligação de diferentes redes de um conjunto diversificado de entidades pode criar tensões e ineficiências.